Hai
conceitos que som difíceis de compreender, aliás, de explicar. Um deles é o de
decadência, decadente. É um conceito que sempre me escapou, já desde que um
amigo, aló na minha juventude, me levou ver umha certa construçom de ferros e
cristais, entalada no meio dum parque. «Que decadente!» dixera todo o tempo,
absolutamente abraiado. E eu, que nom comprendia de que estava a falar, quedava
com cara de pampo.
Mais tarde,
nas aulas da universidade, nas bancadas das bibliotecas, em livros inúmeros que
lim ao longo dos anos, volvia aparecer o mesmo palavro, o mesmo conceito, e
frequentemente vencelhado à verba «barroco». E eu continuava sem compreender. E
embora tivesse tentado com grande teima compreender o significado dessa palavra,
ou palavras, se tomarmos o nome e mai-lo adjectivo, nunca dava compreendido. Ao
que parece, tratava-se, conseguim eu intuir muito mais tarde dalgumha maneira pouco ortodoxa,
dumha tendência corruptiva, dum pendor à podredume, que tódalas cousas tenhem,
e que mesmo antes de desaparecer e morrer e apodrecerem dam botado um
derradeiro hálito de nom sei que grandeza.
É por isso
que eu nom gosto da linguagem nem das gramáticas, porque som apenas atravancos
à humanidade, à compreensom, sob a pretensom contrária.
Mas nunca é
tarde de mais, isto é, nunca é tarde de mais pra quem persevera, pra quem
teima, e por isso é que eu conseguim num belido dia (hoje) conseguir ser quem de
enxergar compreendendo o significado do conceito e mai-la ideia que se pode
enxergar na profundidade do conceito a compreendê-la alviscando na essência do
conceito a conceituar enxerghando cagho em diola o que é decadência, decadente.
Old Rosie,
cloudy cider, 7.3 %
Ou! Ou! Ou!