Saturday 18 March 2017

DECADÊNCIA, DECADENTE

Hai conceitos que som difíceis de compreender, aliás, de explicar. Um deles é o de decadência, decadente. É um conceito que sempre me escapou, já desde que um amigo, aló na minha juventude, me levou ver umha certa construçom de ferros e cristais, entalada no meio dum parque. «Que decadente!» dixera todo o tempo, absolutamente abraiado. E eu, que nom comprendia de que estava a falar, quedava com cara de pampo. 

Mais tarde, nas aulas da universidade, nas bancadas das bibliotecas, em livros inúmeros que lim ao longo dos anos, volvia aparecer o mesmo palavro, o mesmo conceito, e frequentemente vencelhado à verba «barroco». E eu continuava sem compreender. E embora tivesse tentado com grande teima compreender o significado dessa palavra, ou palavras, se tomarmos o nome e mai-lo adjectivo, nunca dava compreendido. Ao que parece, tratava-se, conseguim eu intuir muito mais tarde dalgumha maneira pouco ortodoxa, dumha tendência corruptiva, dum pendor à podredume, que tódalas cousas tenhem, e que mesmo antes de desaparecer e morrer e apodrecerem dam botado um derradeiro hálito de nom sei que grandeza. 

É por isso que eu nom gosto da linguagem nem das gramáticas, porque som apenas atravancos à humanidade, à compreensom, sob a pretensom contrária.

Mas nunca é tarde de mais, isto é, nunca é tarde de mais pra quem persevera, pra quem teima, e por isso é que eu conseguim num belido dia (hoje) conseguir ser quem de enxergar compreendendo o significado do conceito e mai-la ideia que se pode enxergar na profundidade do conceito a compreendê-la alviscando na essência do conceito a conceituar enxerghando cagho em diola o que é decadência, decadente.

Old Rosie, cloudy cider, 7.3 %

Ou! Ou! Ou!